terça-feira, setembro 26, 2006

Paragem (pelo menos) até ao próximo Verão.

Por manifesta falta de tempo este blogue não será mais actualizado (pelo menos) até ao próximo Verão.
O meu agradecimento a todos os que por aqui passaram.

Contudo, se alguém pretender continuar a actualizá-lo (para bem do pedestrianismo luso), ajuizarei (muito bem) o seu propósito e poderá ser legado de modo definitivo.

--------

Cada vez mais ajuízo que as pessoas que mais usufruem da verdadeira natureza/espaços naturais são aquelas que em pequenos grupos (2, 3 ou 4) partem, quase de improviso, sem grandes planos, sem regras (com o mínimo de segurança claro) para sentir as marcas da natureza e não com o intuito de deixar nela as suas marcas. Sinceramente considero que cada vez mais se caminha para uma desmesura, no fruir lúdico da natureza, de tentar reproduzir nela os modelos das comunidade humanas. De impor um normativo, artificiar a natureza à imagem do Homem. Se bem que em certas áreas (média e alta montanha, grandes florestas, desertos,…) seja imprescindível uma marcada rigidez sobretudo para segurança do próprio grupo, fora desses espaços disso é, na generalidade, deveras indispensável (contudo reitero que em alguns casos é essencial). Não se pode usufruir em pleno da natureza (mais uma vez com excepção de certas áreas particulares) com regras, hierarquias, horários, roteiros +- rígidos, obrigações, que reproduzem, no essencial, o “Homo Urbanus”. Pensar o contrário é utópico, mesmo demagógico.
Se o móbil for apenas divisar um cenário diferente bastará projectar uma tela por detrás dele (grupo) por uns minutos, horas e todos ficam satisfeitos.
Estar na natureza é sobretudo ser natural e o Homem foi feito para ser conscientemente livre, com uma equidade em correlativo desenvolvimento, e um fraterno e abnegado respeito mútuo.

Mas compreendo que certas pessoas estejam tão apegadas ao “Homo Urbanus” que não consigam deixar de o (querer) reproduzir na Natureza. De querer desapertar por uns tempos o colete de forças do rigor e etiqueta social. Para outros a natureza é um mero investimento onde só interessa os dividendos, (folhas de) louros que dela colhem. Mas como nada nela pouco ou nada plantam, a colheita um dia exaurirá.

Por mim pretendo apenas sentir a Natureza. É que a Natureza já sentiu demasiado a acção do Homem durante milhões de anos. E sentir a natureza é (tentar) sobretudo vê-la através dos seus olhos e não dos nossos. E só isto já se afigura um fascinante desafio.

Mas muitos regimentos/colunas de walkers continuarão a marchar pelo campo, bem adestrados à imagem do “Homo Urbanus”. Já os outros seguirão por onde quiserem, como quiserem, quando quiserem, e se quiserem…

domingo, setembro 24, 2006

“Via Algarviana”: Grande Rota (GR13) do Algarve, com 240 kms, já está a ser implantada, abrindo em Setembro de 2007.

O projecto Via Algarviana, impulsionado pela associação Almargem-Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve, é um trilho pedestre de Grande Rota (GR13) que atravessará, no essencial, o ‘interior’ algarvio do Sotavento ao Barlavento (de Alcoutim até ao Cabo de São Vicente) e que terá uma extensão de cerca de 240 kms. Este GR será aberto a partir de Setembro do ano que vem.

O projecto Via Algarviana encontra-se em execução efectiva desde Maio de 2006, incidindo o trabalho, até agora, sobretudo na parte logística e na definição concreta do percurso. Doravante iniciar-se-á a implantação no terreno do percurso pedestre em si, integrando a sinalização, equipamentos respectivos, e materiais e eventos de promoção e divulgação (como, por exemplo, o Encontro Regional de Pedestrianismo.)

“A ideia de criar a Via Algarviana surgiu em 1995, quando a Almargem começou a colaborar com um grupo de residentes ingleses interessados em trilhos ecológicos, denominado ‘Algarve Walkers’. A Via Algarviana teve por base o Roteiro Moçarabe, trilho histórico-cultural inaugurado em 1988 pela Associação Caminus o qual não teve continuidade.” 1 Após vários anos em negociações, em Abril de 2006 o projecto passou a ter o fundamental apoio do programa PROAlgarve (fundos comunitários).

“A Via Algarviana terá informações sobre o património histórico, fauna e flora, já que atravessará zonas de elevada beleza paisagística, algumas delas áreas protegidas, entre o Parque Natural do Sudoeste e Costa Vicentina e território integrado na Rede Natura 2000. O traçado atravessa nove municípios algarvios, sempre pelo seu interior: Alcoutim, Castro Marim, Tavira, São Brás de Alportel, Loulé, Silves, Monchique, Lagos e Vila do Bispo. Para a Almargem, este projecto vai valorizar e enriquecer o interior da região.”1 Permite também 'combater' a sazonalidade estival do turismo e afins.

“Apesar deste ser um projecto pensado e sugerido por esta associação, ao longo dos anos angariou diversos apoios institucionais. Desde logo o da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, merecendo o projecto financiamento vindo do programa PROAlgarve. As autarquias algarvias também apoiam a Via Algarviana, quer através da AMAL, quer individualmente. As Câmaras de Alcoutim, Castro Marim, Tavira, São Brás do Alportel, Loulé, Silves e Lagos são parceiras do projecto."1 O projecto está orçado em 400 mil euros.

A Via Algarviana irá aproveitar alguns troços já existentes para criar aquilo que a Almargem já definiu como a «espinha dorsal» dos percursos pedestres na região do Algarve. Estima-se que, em média, a Via Algarviana demore 15 a 20 dias a ser percorrida a pé.

A Via Algarviana edita regularmente Boletins com notícias alusivas:

Apresentação Geral sobre a Via Algarviana

1 Via Algarviana


A GR13 ligar-se á no Cabo de São Vicente à G.R. 11 (que prossegue até Valença [englobando em parte o Caminho de Santiago] e percorre o Norte de Espanha, continuando pela Europa fora, até São Petersburgo), integrando a Rota Trans-Europeia E9. A GR11 persiste com uma considerável parte dos seus troços desactivados (é sobretudo na Extremadura e Minho que se encontra mais operacional). Por sua vez, em Alcoutim a GR13 ligar-se-á a uma Grande Rota (Gran Recorrido) espanhola que percorrerá a “Costa de La Luz” até Tarifa. Deste modo a Rota Trans-Europeia E9 estender-se-á de São Petersburgo, na Rússia, até Tarifa, em Espanha, num total de cerca de 5 000 km.

Para além disso a E9, alcança em Tarifa a Rota Trans-Europeia E4. A E4 é a rota das grandes montanhas europeias. Inicia-se na costa do Peloponeso, na Grécia, atravessa os Balcãs e os Cárpatos, os Alpes, o Maciço Central gaulês, os Pirinéus, o Sistema Bético andaluz até ao porto marítimo de Tarifa, com mais de 4 mil kms percorridos. É, geralmente, considerada a Rota Trans-Europeia de maior nível de dificuldade de realização, mas o mesmo tempo porventura a mais espectacular, fruto das majestosas cordilheiras que atravessa.



Na minha opinião o Algarve continua a dar ao país um dos melhores exemplos de como se deve processar entre nós a evolução da prática pedestrianista. Não se trata somente da profusão de clubes existentes e de percursos pedestres já implantados, mas também assunção de uma perspectiva integradora e de cooperação entre os diversos clubes e instituições da região para imprimir linhas de continuidade e transversalidade (supra-concelhias) no usufruto dos múltiplos espaços naturais, efectivos ou potenciais. A extensão desta prática a outras (certas) regiões lusas revelar-se-ia deveras salutar.

Sobretudo na última década, em múltiplos concelhos do país, tem aumentado o interesse dos clubes e paralelamente das autarquias em marcar com os sinais regulamentados do percursos pedestres os seus ‘territórios’, para demarcar entre outros aspectos, a sua superintendência (pedestrianista) sobre eles. Num país com pronunciada escassez de iniciativas ligadas ao ambiente e aos espaços naturais/natureza, este tipo de acções são bastante positivas, mas impera dar um passo ainda mais à frente. Uma maior abertura e cooperação dos clubes e instituições com vista a uma maior implementação de percursos de pequena rota supra-concelhias, e de grandes rotas supra-concelhias e supra-regionais.

(As imagens usadas neste artigo foram elaboradas com base em imagens do website da Via Algarviana)

sexta-feira, setembro 22, 2006

Lançado "Guia Eco-Vigilância" para prevenção e detecção de (potenciais) incêndios em espaços naturais

"Resultante do protocolo entre a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e da Portgás foi editado o Guia Eco-Vigilância. Este está a ser distribuído a todas as Associadas que possuem secções de montanhismo e pedestrianismo assim como nos parques de campismo federativos.

O Guia destina-se a cada pedestrianista, para que este nas suas marchas e caminhadas possa dar conhecimento ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil de situações anómalas e potenciais incêndios, que infelizmente tem reduzido de forma drástica e alarmante toda a nossa floresta.

No mesmo são referidos conselhos e informações quer sobre a prática do pedestrianismo quer sobre a prevenção de incêndios e importância da protecção do ambiente, tentando evitar que os atletas tenham comportamentos considerados de risco.

Para visualizar em formato digital (pdf) o Guia Eco-Vigilância na sua globalidade clique aqui."

Fonte: FCMP

Rota da Filigrana - Restauradores da Granja - 24 de Setembro

Rota da Filigrana - Restauradores da Granja - 24 de Setembro

Informações acerca desta actividade


p.s.: este blogue não tem, entre os seus objectivos, o propósito de divulgação de caminhadas a realizar pelos clubes (devido à indisponibilidade de tempo do editor face a tal elevado nº de caminhadas). Excepcionalmente esta caminhada foi divulgada, nomeadamente pelo seu belo cartaz. O editor não resistiu...

sexta-feira, setembro 08, 2006

Ecovia do Algarve (214 kms) já pode ser consultada online

"Todos pormenores do traçado litoral da Ecovia litoral do Algarve já podem ser consultados através dos mapas interactivos, disponíveis no portal Algarve Digital.

Na página dos mapas, basta seguir a hiperligação «temas especiais / Ecovia» e utilizar as ferramentas de zoom para conhecer todo o percurso, ao longo dos diferentes concelhos. Será igualmente possível referenciar o percurso no interior das cidades e identificar as ruas e avenidas que vão passar a ter sinal verde para os ciclistas.

Estão também disponíveis, através de um esquema de cores, dados relativos à evolução do projecto e a sua implantação no terreno. A Ecovia do litoral constitui o projecto-piloto que ligará o Cabo de São Vicente (Sagres) a Vila Real de Santo António, e percorrerá toda a faixa litoral meridional do Algarve, numa extensão de 214 quilómetros, sendo a maior ecovia projectada para Portugal.

O projecto procura articular percursos de natureza em áreas protegidas, com troços de circulação restrita e condicionada. A Ecovia do Litoral percorre o território de doze municípios e caracteriza-se por um contínuo de troços distintos, desde extensões de circulação exclusiva a veículos não-motorizados, a outras de tráfego misto em estradas e caminhos com reduzidos volumes de circulação.

Além dos municípios, estão envolvidos na primeira fase do projecto, a CCDR Algarve, a Grande Área Metropolitana do Algarve e o Parque Natural da Ria Formosa. O investimento ronda os três milhões de euros, co-financiados pelo Pipital, PROAlgarve e Interreg."

Fontes:
Texto- Barlavento Online - 06-09-006
Imagem

quinta-feira, setembro 07, 2006

5ª Convenção Europeia de Montanha, organizada pela Euromontana, em colaboração com a ADRAT, decorreu em Chaves, 14 -15/09/006

A Euromontana, em colaboração com a ADRAT, promove em Chaves, de 14 a 15 de Setembro de 2006, a a 5ª Convenção Europeia de Montanha.

"A Convenção Europeia de Montanha é uma iniciativa da Euromontana, mas ela implica toda a comunidade europeia de montanha e os parceiros envolvidos, incluindo os responsáveis de tomar decisões e autoridades a nível local, regional e nacional, agências de desenvolvimento, organizações agrícolas e meio ambientais, institutos de investigação e associações de montanha, assim como as organizações internacionais e as instituições europeias envolvidas com a montanha.

A Euromontana é uma associação Europeia que pretende representar as áreas de montanha de toda a Europa. O seu objectivo é promover o desenvolvimento sustentável das áreas de montanha através da realização de projectos, conferências e seminários que estimulem a troca de informação e experiências entre os intervenientes das diversas áreas de montanha."

Este texto foi transcrito do "Cântaro Zangado"

Múltiplas informações sobre o Encontro (Programa, Comunicações [em texto integral], fotos, etc)

quarta-feira, setembro 06, 2006

Évora dinamiza iniciativas de comemoração do Dia Europeu do Pedestrianismo, dia 12 de Setembro.

No próximo Dia Europeu de Pedestrianismo, dia 12 de Setembro, vão decorrer em Évora iniciativas que visam dar relevância a essa actividade/modalidade.

Assim às 9h00 realizar-se-á um Percurso Pedestre com interpretação botânica acompanhado pelo Prof. Carlos Pinto Gomes, da Universidade de Évora, especialista em fitossociologia, um bom comunicador e anfitrião (onde se poderá esclarecer dúvidas como: qual é a diferença entre uma oliveira e um zambujeiro, o que significa ter estevas no quintal em termos ecológicos ou se o fruto do “Rubus ulmifolius” é comestível).

Às 18h00 vai realizar-se um percurso pedestre com observação da fauna, pelo Centro de Estudos da Avifauna Ibérica, com o obejctivo, entre outros, de ensinar a distinguir pássaros, répteis e muitos outros animais.

Pelas 21h00 terá lugar uma marcha nocturna, onde se farão ao longo do percuros diversas observações astronómicas com o apoio do Nuno Santos, do Núcleo de Observações Astronómicas da Escola Secundária Gabriel Pereira.

A organização é da Câmara Municipal de Évora, com o apoio da Universidade de Évora e da Escola Secundária Gabriel Pereira.

(clicar para ampliar)

sábado, setembro 02, 2006

Actualização da listagem de Percursos Pedestres (III)

Na listagem de percursos pedestres (PR , GR e afins) que constam da coluna da direita deste blogue, foram acrescidos percursos pedestres e afins dos concelhos de:
  • Alandroal
  • Boticas
  • Felgueiras
  • Vieira do Minho
  • São Pedro do Sul (incluindo links para os folhetos)

Algumas notícias sobre Percursos Pedestres e afins inaugurados nos últimos meses.


Aberto 1º troço da Ecopista na antiga "Linha do Sabor", Percurso entre Torre e Moncorvo e Larinho, (03/09/006)

Está aberto o 1º troço da Ecopista da antiga "Linha do Sabor", que compreende o percurso entre Torre de Moncorvo e a aldeia de Larinho (4,4 Km de extensão). A ecopista possui algumas estruturas de apoio aos utentes.



Novo "Trilho Intrepretativo de Lamas do Mouro", Melgaço
(19/08/006)

Trata-se de um percurso pedestre circular (4,5 km) que se desenvolve ao longo dos principais lugares da freguesia de Lamas de Mouro (Melgaço), em plena entrada de uma importante área protegida do nosso país, o Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG)...



Abertura de 1º troço da Ecopista na antiga "Linha do Corgo", Troço entre Pedras Salgadas e Vila Pouca de Aguiar, (09/07/006)

A partir de agora, já é possível percorrer os primeiros seis quilómetros, que aproximam Vila Pouca de Aguiar das Pedras Salgadas. Trata-se de uma via panorâmica onde foram plantadas árvores, colocados bancos e candeeiros e criadas áreas de lazer e espaços verdes. Há também acessos para o socorro de emergências. Uma das particularidades da obra é a instalação de painéis solares para captar a energia que permitirá iluminar a ecopista à noite…



Inauguração dos Percursos de Interpretação Ambiental: “Trilhos do Vouga” e “ Rios de Montanha” (12/05/006).

Estes percursos pedestres foram desbravados nos concelhos de Oliveira de Frades, S. Pedro do Sul e Vouzela, nas margens do rio Vouga- Cunhedo, Zela e Vouga- e também nas montanhas – Pisão, Gaia e Cambarinho...